segunda-feira, março 26, 2007

Uma Rápida Reflexão


Não sei se os leitores reparam nisso, mas o Estranho Encontro em um ano e sete meses de atividades já ultrapassa a marca de 150 mil acessos. Nunca imaginei que a acolhida -- tanto dos que se manifestam por email ou nos comments, quanto os silenciosos -- fosse ser tão ampla e incentivadora.

Difícil supor que um trabalho paciente, feito através da pesquisa e leitura individuais, sobre temas que nem todos gostam de comentar -- o cinema popular brasileiro -- atraísse tamanho carinho e atenção. Só posso realmente dizer obrigada. Aos visitantes, aos amigos atuais, aos futuros, aos profissionais que tive a oportunidade de conhecer como entrevistadora e entrevistada, e aos que tenho vontade de entrevistar, mas o tempo e as circunstâncias acabam adiando.

Comecei o Estranho Encontro em setembro de 2005 com uma idéia pioneira. Disponibilizar informações online exclusivamente sobre o cinema brasileiro em textos críticos, que ao mesmo tempo contextualizassem um período histórico-social, detalhassem dados sobre os realizadores, atores e equipe, além de alinhavar o entorno com pitadas de humor. Um filme a filme, enriquecido de entrevistas, num olhar multidispliclinar de revisão, sem ódio nem fel.

Surgiram, então, os poréns: como mulher, preciso enfrentar uma parcela previsível de barreiras em um universo predominantemente masculino. Por outro lado, uma opinião autoral e sistemática do que seja o cinema brasileiro também pode causar efeitos colaterais e impressões erradas. Em ambos os casos, a crença de que picuinhas não levam a absolutamente nada, sempre me deu a certeza de estar no caminho certo.

E a quem me pede indicações de leituras, cito Antônio Moniz Vianna, Salvyano Cavalcanti de Paiva, José Lino Grünewald, Rubem Biáfora e todos os estudiosos que fizeram a história positiva da crítica nacional. Homens sérios, operadores de textos fluentes -- e que, se lidos com esmero, geram um manancial luminoso de idéias na cabeça do receptor, a partir de então com dados suficientes para formar as suas. Aos mestres, que me servem de norte, também dedico meu humilde trabalho.

Se um dia eu optar por encerrar o site, me dedicando integralmente ao ofício de escritora e advogada, pelas causas e valores nos quais acredito, esta homenagem já servirá de ponto de partida para se entender o quanto o Estranho Encontro é significativo para mim, uma parte indissociável desse amor -- que creio compartilhado -- pela arte cinematográfica. Arte que se materializa na tela grande do cinema ou mesmo em imagens colecionadas ao longo dos anos, com renovado esforço, em fitas antigas de vhs.

Um grande abraço!

15 comentários:

Anônimo disse...

Prezada Andréa, como leitor assíduo de teu blog me sinto na obrigação de lhe dizer que eu é que tenho de lhe agradecer por um trabalho tão sério, honesto e relevante que só me tem dado grandes satisfações e vem contribuindo sistematicamente para meu conhecimento sobre o cinema tupiniquim. Cinema este pelo qual sou apaixonado desde a infância. Tenho certeza que grande parte dos teus leitores,assim como eu, lhe agradecerão também. Se você conseguiu este expressivo volume de acesso ao teu blog é porque tuas críticas possuem grandes qualidades. Os textos são bem escritos, possuem uma verve e são extremamente agradáveis - eis o diferencial. Por favor, nem pense em encerrar este site! Abraços e muitas felicidades para você.

Anônimo disse...

Também lhe dou meus parabéns. Gosto muito do seu blog.

Anônimo disse...

Querida Andréa, parabéns! Mais de 150.000 acessos não é pra qualquer um não :)
Vc merece esse sucesso por sua apaixonada defesa do cinema brasileiro e pelo texto brilhante.
Nem pense em parar :)
Que venham 0s 300.000, 500.000, 1.000.000...
Beijo!

Nirton Venancio disse...

Andrea, passo sempre por aqui. Leio, releio - é ótimo esse estranho encontro com o cinema brasileiro. Sinto-me honrado em ser um desses milhares de acessos!

Anônimo disse...

Parabéns Andréa, não tem mesmo como encerrar o site, porque o Estranho Encontro veio para ficar - é o preço do sucesso. E por que não pensar num livro reunindo as críticas e as entrevistas? Garanto que nenhuma editora de bom gosto recusaria.

Anônimo disse...

Parabéns Andrea. É umn blog que sempre visito, apesar de conhecer pouco o cinema popular brasileiro. Abs

Anônimo disse...

Querida Andrea: nem pense em encerrar o blog ! É um excelente meio de comunicação e de divulgação do cinema popular brasileiro. Aguardo muito as suas novas críticas, se ele acabar parte da minha paixão pelo cinema brasileiro tambéme estará se encerrando. Espero que venham um milhão, cinco milhões, doze milhões de acessos. Você merece tudo isso e muito mais. Bjo !

Andrea Ormond disse...

Márcio, Hermenauta, Sergio, Nirton, Jorge, Marcos, Matheus: obrigada. Realmente não pretendo parar com o site, foi só uma parte do bate-papo :) Abraços!

Anônimo disse...

Parabéns Andréa!!! Muito auspicioso descobrir tamanho interesse por um trabalho q. carece de maior espaço, divulgação e segue nadando contrá a maré! Muito bom, mesmo! Somando-se fatos como esse, a mostra organizada pelo Sergio do Kino Crazy e o trabalho do Matheus Trunk a gente segue com esperanças de q. não apenas o resgate da memória do cinema enfocado por vcs, mas o justo reconhecimento da importância desse cinema irá um dia extrapolar os espaços marginais a que está confinado (estranha contradição para um cinema popular) e ser valorizado tb. nos meios oficiais.

E aproveitando o comment, Emílio Fernandez é o "cara"!

Anônimo disse...

Andrea, é simples o sucesso do blog.
Conteúdo bom, texto maravilhoso e um assunto interessante.
Até quem não conhece muito cinema brasileiro entra aqui e reconhece a qualidade (volta e meia, começa a despertar curiosidade pelo tema).
É esse o segredo.
E por aqui, a gente não para de ler.
Abração.

Andrea Ormond disse...

Fala, Edu!!! O interessante no trabalho do Estranho Encontro vem sendo descobrir e dialogar com esse público, fornecendo dados tb para outras iniciativas no mesmo campo. Valeu, e concordo: Emilio Fernandez é o cara, pena que os filmes dele são de difícil acesso aqui no Brasil.

Oi, Carlos, obrigada. É um prazer escrever para pessoas tão interessadas pelo cinema brasileiro e, quem sabe, realmente despertar ainda mais a curiosidade :) Abração!

Anônimo disse...

Andrea seu texto é tão delicado e amoroso para com o Cinema Brasileiro que não me causa espanto algum esse incrível nº de acessos*.
Espero sinceramente que vc continue com esse seu lindo trabalho. Imagino as dificuldades que vc vive por ser mulher nesse mundo prioritariamnete de 'meninos', mas o lado bom é que vc não se intimida.
Continue!
Um beijo!


*se bem que ainda acho pouco pela qualidade do blog, esprro que até o final do ano vc atinja 1.000.000! :)

Andrea Ormond disse...

Oi, Graciele, muito obrigada! Algumas questões são complicadas mesmo, em se tratando de um universo predominantemente masculino, mas fazem parte. E quem sabe role o milhão de acessos? :) Um beijo!

Anônimo disse...

ANDREA MEU NOME E RENATA SOUZA E SOU AFILHADA DO XAVIER E ARMENIA MAIS PERDI O CONTATO COM ELES!! MEU PAI SE CHAMA DIVALDO SOUZA E FEZ ALGUMAS PARTICIPACOES NOS FILMES DO XAVIER ...COMO FAÇO PARA CONSEGUIR ESSES FILMES? ELE ESTA MUITO DOENTE E TENHO CERTEZA Q ISSO IRIA AJUDAR MUITO!!! TEMOS MUITAS FOTOS DE QUASE TODOS OS FILMES DO XAVIER DAS FILMAGENS!!! MEU E MAIL E ESTRELLADELUZ_@HOTMAIL.COM
AGUARDO SUA RESPOSTA!!!

Fernando Marchini Dias da disse...

Andrea, bom dia.

O estranho no Estranho Encontro é que não encontro seu comentário sobre o "Estranho Encontro"...

Sério, eu gostaria de ler sua opinião sobre esse filme que ontem, 15/09, reví em minha - péssima - cópia gravada no TV Justiça, nem sei quando.

O filme é interessante, datado ao extremo, Mário Sérgio fraquinho, Picchi muito bom, Hingst estereotipado, Lola Brah está sensual e a Andréa Bayard muito bem, nem precisava ser lindíssima.

É isso, um abraço e vamos aumentar logo esses 150mil acesso para x ao quadrado, aoc ubo...

Fernando Marchini Silva (no feicebuque)