Viajando a São Paulo na última sexta-feira, pude finalmente me encontrar com amigos queridos, como Marcelo Carrard, Alfredo Sternheim, Sergio Andrade, Matheus Trunk, Jorge Rubies e Eduardo Aguilar -- este último, companheiro de debate na Mostra "Cinco Visões de Nosso Cinema".
Confesso que logo ao início da exibição de "Palácio dos Anjos", tive uma grata surpresa ao perceber que mesmo em se tratando de um filme depreciado e estranhamente incompreendido, conseguimos atrair um público maior do que o reunido na Cinemateca do Mam-RJ, quando o vi pela primeira vez na Mostra Walter Hugo Khouri, em agosto de 2003.
Minutos antes, o montador do filme, Mauro Alice, sentava-se a meu lado e conversávamos sobre detalhes da entrevista que faríamos no domigo. Apagam-se as luzes e Mauro passa a acompanhar os créditos com os olhos incandescentes, puros, em uma alegria intangível, redescobrindo na tela o filme ao qual não assistia desde a estréia, em 1970.
Este instante particular, que testemunhei solitariamente, guardo para mim como uma das jóias colhidas naquele dia. A ele ainda somou-se o debate após a projeção, no momento raro em que os palestrantes, Mauro e o público comungamos daquele encantamento que apenas poucas obras de arte conseguem trazer a quem as observa com cuidado.
No próximo sábado, Marcelo Carrard analisa "Ato de Violência", clássico da filmografia de Eduardo Escorel. Marcelo, conhecedor profundo e avalizado da temática, certamente trará detalhes inesquecíveis sobre o filme.
Enquanto isso, a foto abaixo, copiada do Kinocrazy, segue como lembrança da tarde que passamos na Biblioteca Prestes Maia. Meu muito obrigada a todos; beijos e até a próxima!
5 comentários:
Oi, Andréa!
Fiquei contente em saber que tivemos um público maior do que da Cinemateca do MAM, apesar do horário, da distância, do dia quente em SP e do filme ser pouco conhecido.
E esse instante de emoção do Mauro que vc testemunhou é daqueles momentos que levamos pro resto da vida :)
Muito obrigado, Andréa, e até a próxima!
poxa, me dói até agora por não poder ter ido, estava com os horários bem corridos, mas enfim, espero que existam outros eventos do tipo.
e também fiquei contente pela procura, que bom que teve mais gente do que na cinemateca do Mam
Beijo
Oi, Sergio! Verdade, apesar de todas essas variáveis foi um evento memorável. Beijos
Fernando, a palestra deste próximo sábado vai ter uma tema bastante interessante, que o Marcelo Carrard domina com profundidade. Se puder, dê um pulo por lá. Beijos
Andrea, nós paulistas estávamos ansiosos por conhecer pessoalmente a responsável por esse fantástico trabalho de divulgação de uma parte pouco conhecida porém extraordinária da cultura nacional e que atende pelo nome de Estranho Encontro. E nossas expectativas não só foram atendidas como amplamente superadas! Foi realmente uma aula de cinema dada por você, pelo Aguilar e pelo Mauro Alice, uma sessão memorável que nenhum estudante, pesquisador ou apaixonado por cinema poderia perder.
Jorge, muito obrigada. O Estranho Encontro sempre se pautou pelo comentário de obras que precisam passar por determinados graus de revisão crítica, e saber que esse alvo é alcançado e celebrado, me deixa imensamente feliz. O dia da exibição do "Palácio dos Anjos", por diversos motivos, como relatei no post, tb está gravado na minha memória, como um momento sublime, inspirador.
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