segunda-feira, março 02, 2015

Na Cinética



"Tim Maia" e "Cinquenta Tons de Cinza".

2 comentários:

Anônimo disse...

Andrea,resenha divertida.
O filme do Tim Maia sofre da deficiência do gênero Cinebiografia em geral,e a cinebio brasileira, em particular:

Os simplismos e idealizações do gênero acrescidas do moralismo que pontua os exemplares brasileiros.As inexatidões seriam menos graves caso o roteiro fosse melhor costurado,ou se fixasse em alguma etapa da vida do biografado.As nuances tendem a inexistir no gênero,mas os cineastas brasileiros exageram esta falha com o moralismo que,mesmo com outros atores, dá aos personagens a camisa de força das saídas óbvias.Penso que o ator(Robson Nunes) que faz o Tim na juventude é mais adequado ao Tim que nossa geração conheceu(e que todas podem conhecer,nos registros encontradiços no "Youtube"),um desempenho menos crispado que o Tim adulto(Babu Santana),mas penso que a raiz disto esteja no roteiro.

O Tim adulto deve,segundo a ótica moralista,ser retratado como homem amargo,carrancudo, como perfeita vítima(de quê?)e não há ator,que com aqueles diálogos e situações esquemáticas,extraísse mais que Babu logrou extrair.
Como seu texto nota,tentaram abarcar toda a vida,cortando duas décadas praticamente.Quiseram dizer tudo,disseram muito pouco.
Quanto aos personagens do Roberto Carlos e do Imperial,são dois estereótipos convivendo com o estereótipo-título,e portanto,acho que os desempenhos,por cômicos,foram mesmo benéficos -equilibraram o tom dramático-moralista da fita. O Lobianco foi Lobianco,mas não consigo imaginar naquele roteiro as nuances do Imperial(o "Youtube"é generoso com registros do personagem,que merece um filme só para si).Como encaixar num roteiro lacrimoso e moralista um cínico de grande alcance?O mesmo se pode dizer do personagem e do desempenho do ator)RC.

O que Claudio Abramo disse sobre o cinema brasileiro como um todo,repito quanto às cinebios:
"Esqueçamos isto.Não damos para a coisa".

Um excelente (e esperado )texto.A sugestão aos leitores para mergulhar nos vídeos( com entrevistas,tesouro do "YouTube") de Tim Maia, assino embaixo.

Saudações do Fernando Pawwlow

Andrea Ormond disse...

Fernando, como eu disse no texto, salvo algumas ressalvas, gostei do "Tim Maia". A escolha do Lobianco para Imperial foi desastrosa e o Imperial é um personagem que sempre chama a atenção, o que piora sua precariedade no filme. O Tim no Youtube é melhor que chá, café, cocaína e até do que chocolate. Altamente viciante.